segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Padrões de Competência – Professor Alfabetizador

Afinal quem é o Professor Alfabetizador?
É, esse é o docente que merece os maiores agradecimentos dentro da unidade escolar. É ele o responsável por planejar, implementar, e controlar ações pedagógicas que levem o aluno ao desenvolvimento das habilidades de ler e escrever com compreensão.
Com ações bem estruturadas, o Professor Alfabetizador mantém-se num processo ciclico de planejamento, partindo do Projeto Político Pedagógico da Escola, passando pelo Plano de Curso, e sua devidas  intencionalidades educativas, e chegando ao Plano de Aula - as ações em sala de aula.
Todo o processo de alfabetização utrapassa o sentido único de determinação de conteúdos a serem ensinados aos alunos. É um movimento mais complexo que exige do Professor Alfabetizador certas habilidades e competências que levem o aluno a compreender e valorizar a linguagem como espaço de interação social e produção de conhecimento. 
O Professor Alfabetizador deve favorecer o desenvolvimento dos aspectos instrumentais e cognitivos da alfabetização. Além disso, cabe a ele permitir o contato freqüente com situações de leitura e escrita destinadas tanto à aprendizagem do código alfabético (alfabetização) e ao desenvolvimento do gosto pela leitura como da natureza, das funções e usos da Língua Portuguesa (letramento), levando em consideração a dimensão da subjetividade do aprendiz.
Para que possa realmente atender a esses objetivos, é extremamente necessário que conheça profundamente o processo de aprendizagem, as características e implicações das etapas de desenvolvimento de uma criança para a alfabetização, as competências que o aluno deverá ter desenvolvido ao final de um ano de curso, os métodos de alfabetização existentes e as abordagens de avaliação da aprendizagem.
Considera-se que o Professor Alfabetizador necessite possuir certo padrão de desempenho, e, buscando, na escolha desse profissional, certas caracteristicas comuns espera-se reduzir as variações no nível de desempenho que se observam nessa etapa do ensino. A intenção não é prescrever métodos pedagógicos particulares ou selecionar de maneira rígida quais seriam os "bons" ou os "maus" professores alfabetizadores, mas, baseando-se no desempenho de professores alfabetizadores de escolas eficazes, identificar as qualidades que devem ser perseguidas e que necessitam fazer parte do Programa de Formação desses docentes.
Para uma estruturação adequada, essas qualidades foram divididas em quatro itens distintos, mas que se completam. Tal prerrogativa concorre para que o trabalho de formação tenha alicerces seguros e, funcionam como indicadores avaliativos de desempenho, tanto auto-avaliativos, como pelo sistema, de uma forma geral. Vale ainda considerar que existe um conhecimento que permeia todas as dimensões, qual seja, o domínio do uso da Língua Portuguesa: fonética, ortografia, semântica, entre outros, são indispensáveis a um profissional que tem como função ensinar a ler e escrever.
Na sequência destaca-se os ítens que concorrem para eficácia do trabalho do Professor Alfabetizador:
1. Conhecimento sobre o Planejamento do Ciclo de Alfabetização
2. Atuação em Sala de Alfabetização - prática x teoria
3. Atuação no âmbito escolar
4. Língua Portuguesa e Literatura Infantil

1. Conhecimento sobre o Planejamento do Ciclo de Alfabetização
O Professor Alfabetizador reconhece a importância do planejamento do curso de alfabetização para o sucesso do processo ensino-aprendizagem. Ele precisa conhecer profundamente como definir e articular os objetivos do Plano de Curso, os conteúdos e a sua seqüência, o método e as estratégias que serão utilizados, os recursos didáticos adequados ao desenvolvimento do trabalho e as competências que os alunos deverão apresentar ao final do ano de alfabetização.
Para que o Professor Alfabetizador promova um ensino e uma avaliação adequados ao processo de Alfabetização, os objetivos do Plano de Curso devem estar bem especificados. Assim, ele:
• estabelece os objetivos do Plano de Curso de acordo com o desempenho esperado do aluno, as condições em que o desempenho deverá ocorrer e sob que critérios;
• sabe relacionar os objetivos aos conteúdos da alfabetização.
Com o objetivo de assegurar a consistência da organização curricular do curso, o Professor Alfabetizador analisa profundamente a seqüência dos conteúdos, bem como a inclusão de valores, hábitos e atitudes. Para isso é necessário que ele:
• defina os conteúdos e organize-os de forma estruturada e seqüencial no Plano de Curso;
• conheça os pré-requisitos necessários que os alunos devem ter para iniciar a alfabetização e saiba desenvolvê-los naqueles que não apresentam;
• assegure que os conteúdos do Plano de Curso possibilitem o alcance das competências a serem desenvolvidas na alfabetização (fônica, base alfabética, leitura e compreensão, escrita e vocabulário).
Os métodos e as estratégias do Plano de Curso indicam como o Professor Alfabetizador deverá implementar o ensino dos diversos conteúdos ao longo do ano. Para garantir a eficácia desses métodos e estratégias, ele deve conhecer e saber utilizar os recursos adequados. Dessa forma, ele:
• define os métodos e as estratégias do Plano de Curso, partindo dos objetivos e conteúdos propostos;
• relaciona as atividades pedagógicas propostas com os objetivos definidos;
• define os recursos a serem utilizados no curso;
• conhece os critérios fundamentais para seleção de livros didáticos, músicas, jogos, histórias, etc.
Para acompanhar a aprendizagem dos alunos, o professor deve planejar as estratégias de avaliação do curso, fazendo os devidos ajustes. Para isso, o Professor Alfabetizador:
• elabora, usa e interpreta instrumentos de avaliação;
• sabe o que, como e quando avaliar da prontidão, pré-requisitos e domínio das várias etapas do processo de alfabetização;
• utiliza as informações obtidas das avaliações para avançar ou retornar nos conteúdos, informar o desempenho dos alunos aos pais, Coordenador Pedagógico e Direção e outras ações pertinentes.
Os elementos de um Plano de Curso não podem ser concebidos de forma isolada. Para garantir a eficácia desse instrumento, um Professor Alfabetizador:
• organiza, de forma articulada, os elementos do Plano de Curso: objetivos, conteúdos, métodos, estratégias, recursos e avaliação.

2. Atuação em Sala de Alfabetização - prática x teoria
Para uma atuação eficiente em sala de aula, frente aos diversos elementos impulsionadores ou restritivos ao processo de alfabetização, o professor alfabetizador precisa estar qualificado, seja no domínio dos conceitos das teorias de aprendizagem, no processo de construção da escrita, nas estratégias de leitura e todos os outros conhecimentos necessários que o habilitem a conduzir esse processo marcante: a alfabetização de crianças.
Alfabetizar implica ensinar a ler e a escrever com compreensão, bem como desenvolver capacidades para identificar e utilizar códigos e regras. Para assegurar que o Plano de Aula seja um instrumento útil ao alcance dessas competências, o Professor Alfabetizador:
• elabora Plano de Aula definindo suas intencionalidades educativas;
• define objetivos claros e mensuráveis;
• define os conteúdos apropriados para cada aula, de forma estruturada e seqüenciada;
• sabe dosar os conteúdos a serem ensinados em cada aula de acordo com o tempo disponível;
• garante que o Plano de Aula esteja em consonância com o Plano de Curso, o Currículo Escolar e o perfil da classe;
• localiza o Plano de Aula no desenvolvimento do curso;
• conhece e utiliza os princípios do Processo de Aprendizagem relacionados à alfabetização;
• conhece as características das etapas de desenvolvimento de uma criança e sabe identificar suas implicações no processo de alfabetização.
Para que se dê a utilização adequada de atividades pedagógicas e de recursos didáticos nas aulas de alfabetização, facilitando, assim, a aprendizagem dos alunos, o Professor Alfabetizador:
• identifica/gera e utiliza materiais e atividades que propiciem a aprendizagem;
• articula e encadeia os materiais e as atividades de forma consistente e compatível com os objetivos e o tempo disponível de cada aula;
• faz das atividades recreativas, jogos e dinâmicas, oportunidades para a aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes;
• sabe utilizar o espaço e o tempo escolar para efetivas ações de aprendizagem.
Com o objetivo de acompanhar o progresso individual dos alunos, analisando os resultados frente às metas estabelecidas e avaliando sistematicamente o processo de ensino-aprendizagem, o Professor Alfabetizador:
• identifica, junto aos alunos, as dúvidas sobre os conteúdos de cada aula e acompanha o desempenho dos mesmos no decorrer do curso;
• elabora e aplica instrumentos de avaliação do desempenho dos alunos;
• implementa atividades diferenciadas para alunos que apresentem dificuldades específicas de aprendizagem.
A alfabetização não deve estar desvinculada da assimilação, pelo aluno, de valores que contribuem para a formação da sua identidade. A fim de reforçar esses valores e proporcionar situações que elevem a auto-estima dos alunos, o Professor Alfabetizador:
• acolhe os alunos incluindo as questões afetivas na dinâmica da sala de aula;
• estabelece uma relação ética com os alunos considerando questões como a diversidade cultural e o respeito ao próximo;
• oportuniza situações que elevem a auto-estima e a motivação dos alunos no decorrer do processo de alfabetização;
• proporciona atividades para os alunos que suscitem sua inclusão, troca de opiniões e atitude investigativa;
• proporciona a autonomia dos alunos na realização de atividades fazendo as intervenções necessárias.
Para facilitar o envolvimento da família no processo de alfabetização, compartilhando as descobertas e encorajando a aprendizagem, o Professor Alfabetizador:
• articula-se com os pais no sentido de auxiliá-los a acompanhar a alfabetização dos filhos e envolvê-los como colaboradores desse processo;
• orienta os pais, com diferentes níveis de instrução e motivação, para acompanhar e contribuir para o processo de alfabetização dos filhos;
• subsidia o Dirigente no atendimento aos pais com informações específicas sobre o desempenho, a freqüência, o comportamento e qualquer alteração na vida escolar do aluno;
• conduz reuniões com os pais e familiares dos alunos.

3. Atuação no âmbito escolar
É função da escola assegurar que todos os alunos estejam alfabetizados ao final do Ciclo de Alfabetização e tornem-se cada vez mais letrados no decorrer de sua vida escolar. Neste sentido, torna-se essencial a interação entre o Professor Alfabetizador, a Direção e a Coordenação Pedagógica propiciando o desenvolvimento de ações integradas voltadas para o sucesso do processo de alfabetização dos alunos, bem como a assimilação das diretrizes nacionais e estaduais que devem nortear a prática.
Para que a prática pedagógica do Professor Alfabetizador esteja coerente com o que a escola se propõe a ensinar, com a sua missão educacional, seus compromissos e suas principais metas, ele:
• adéqua o Plano de Curso a Proposta Pedagógica, Currículo Escolar e Plano de Ação da Escola;
• conhece os eixos temáticos aplicados à classe de alfabetização de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, os Parâmetros Curriculares Nacionais e os Referenciais Curriculares Nacionais da Educação Infantil;
• conhece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação no tocante aos referenciais às séries iniciais da Educação Básica.
• discute e analisa junto com o Coordenador Pedagógico as estratégias, instrumentos e recursos de ensino para uma prática pedagógica eficaz.
A participação da comunidade na escola é uma realidade que se manifesta em diferentes ações dos professores, coordenadores, dirigentes e demais membros dessa instituição. Um Professor Alfabetizador potencializa os recursos que ela oferece para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem quando:
• utiliza os aspectos da comunidade (fontes naturais e culturais) em que a escola está inserida no processo de alfabetização;
• elabora projetos de trabalho que propiciem atividades culturais e atividades fora da sala de aula com foco na formação de indivíduos críticos e participativos.
Para que a prática pedagógica do Professor Alfabetizador possa ser enriquecida, é fundamental a sua participação em ações voltadas para o crescimento profissional e em questões da rotina da escola.
Dessa forma, ele:
• participa ativamente das reuniões nos horários de atividades complementares discutindo a prática, estudando e construindo materiais;
• socializa a sua prática mediante a troca de experiências com o corpo docente;
• participa das reuniões do Conselho de Classe.

4. Língua Portuguesa e Literatura Infantil
O ensino da leitura e da escrita com compreensão exige do Professor Alfabetizador mais que o domínio dos métodos, conteúdos e técnicas próprias do processo de alfabetizar. Espera-se desse profissional o conhecimento da Língua Portuguesa e da Literatura Infantil, indispensáveis ao exercício da sua função.
A Língua Portuguesa é um conhecimento que permeia todas as dimensões do trabalho de um Professor Alfabetizador. Os aspectos desse conhecimento que ele deve dominar (compatíveis com exigência de nível médio) para que possa alfabetizar com competência são:
• linguística língua padrão, variações;
• fonética (fonemas, transcrição fonética);
• fonologia (tipos de fonemas, variação fonética, sílabas, entonação);
• morfologia (morfemas, forma e derivação de palavras);
• ortografia (origem, convenções, correspondência som-símbolo);
• semântica (variedades de sentidos, sentido de palavra e frases, pragmática);
• sintaxe (estrutura da sintaxe, gramática, estrutura de frase).
Para desenvolver, nas crianças, o gosto pela leitura, o Professor Alfabetizador deve utilizar a Literatura Infantil como recurso de ensino. Assim, ele:
• utiliza a Literatura Infantil e gêneros textuais tais como parlendas, trava-línguas, rimas, poesias, fábulas, entre outros, nas aulas de alfabetização;
• sabe avaliar a adequação de livros a serem indicados para os alunos, considerando o interesse e nível de proficiência dos mesmos.

O texto acima foi adaptado de "Certificação ocupacional em educação: garantia de educação continuada e ascensão salarial". Escrito por Rosa Hashimoto. Julho/2003. Acessado em 25/03/2008.  Disponível em: http://www.iij.derecho.ucr.ac.cr/archivos/documentacion/inv%20otras%20entidades/CLAD/CLAD%20VIII/documentos/hashimot.pdf.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Tecnologias na Educação

Nos próximos meses estaremos nos especializando nesse tema, por meio do curso de Pós graduação à distância pela PUC-RJ. Esperamos compreender um pouco mais sobre o assunto e, consequentemente cooperar com os colegas de docência. Assim é bom refletir um pouco sobre os efeitos das novas tecnologias no processo ensino-apendizagem.


Temos atualmente uma sociedade caracterizada pelas múltiplas linguagens, devido, exatamente, a inserção de meios de comunicação, que, intensamente se proliferam. Nesse sentido, é imperioso a adaptação de práticas de ensino que busquem melhorar a qualidade do que está sendo ofertado aos educandos. De acordo com os PCN’s (2000 p.11-12):

As novas tecnologias da comunicação e da informação permeiam o cotidiano, independente do espaço físico, e criam necessidades de vida e convivência que precisam ser analisadas no espaço escolar. A televisão, o rádio, a informática, entre outras, fizeram com que os homens se aproximassem por imagens e sons de mundos antes inimagináveis. (...) Os sistemas tecnológicos, na sociedade contemporânea, fazem parte do mundo produtivo e da prática social de todos os cidadãos, exercendo um poder de onipresença, uma vez que criam formas de organização e transformação de processos e procedimentos.

Todo esse movimento exige uma formação continuada de professores. É preciso que o professor e a escola compreendam as transformações que estão ocorrendo no mundo e acompanhem esse processo, desmistificando a imagem da máquina. Assim, todos os instrumentos possíveis podem aumentar a eficiência da aprendizagem e motivar os alunos em relação às novas formas e aprendizagem.


MEC – Ministério da Educação; Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio; Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2000.

domingo, 26 de julho de 2009

Encontro Pedagógico




Nos dias 21e 22 de julho as professoras do 1º. Ano do Ciclo de Alfabetização estiveram reunidas na Faculdade de Apucarana (FAP). Nesses dois dias foram discutidas estratégias para a continuidade dos trabalhos com os alunos do Ensino Fundamental de 9 anos tendo como referência o material adquirido pela SEDESHU junto a Editora Positivo "Hoje é dia”. No dia 21, a palestrante foi a assessora pedagógica da Editora, Jocéris Gapski Cachel, autora de materiais didáticos, compositora de músicas infantis com CDs lançados e professora em cursos de pós-graduação com o tema: Desenvolvimento da criança e estimulação lúdico/musical. Na quarta-feira, dia 22 a sob minha responsabilidade, as professoras discutiram o tema: “Planejamento e rotina escolar”, envolvendo-se na construção coletiva do planejamento para o próximo semestre. Aquelas que se interessarem acessem os textos discutidos e aprofundem seus estudos.
Bom semestre!<

PROGRAMA DE FORMAÇÃO DOCENTE

O Planejamento do Ensino

A importância de conhecer o aluno
O Planejamento do Ensino começa com o professor considerando:
• quem são meus alunos?
• quais são os conhecimentos e as experiências de vida que eles têm com relação aos conteúdos das atividades que estarei propondo?
• quais são as suas expectativas e dificuldades?

Conhecer o aluno real é fundamental para o Projeto

Essa preocupação em conhecer os alunos é muito importante, pois o professor pode se enganar quando confunde os alunos reais, aqueles que estão em sua sala de aula, com um modelo idealizado, geralmente aquele que “todo professor gostaria de ter”: saudável, bem alimentado, cuidado pela família, com acesso a livros, computador, centros culturais e lazer.
Diante dessas observações, fica claro que o Planejamento do Ensino não pode ser feito para qualquer aluno, considerando apenas as características do conhecimento, ou do conteúdo, em jogo nas atividades de ensino e aprendizagem.

Texto original: Vinicius Signoreli
Edição: Equipe EducaRede
Ilustrações: Michele Iacocca/Arquivo CENPEC